No Brasil, são geradas 240 mil toneladas de lixo por dia. Mas apenas, 5% de todo o lixo gerado no país, é reciclado. O número ainda é muito pequeno se comparado aos Estados Unidos e a Europa, onde, aproximadamente, 40% de todo o material descartado, passa pela reciclagem. O lixo nas grandes cidades brasileiras virou um problema social. 80% dos municípios depositam seus resíduos em lixões, sem qualquer controle sanitário. São locais, onde o solo não é preparado e não há sistema de tratamento do chorume, líquido que escorre do lixo, penetra na terra e pode contaminar os lençóis freáticos. Moscas, ratos e pássaros circulam por esses lugares, enquanto pessoas catam comida e separam materiais recicláveis para vender.
Em geral, o lixo mais perigoso acaba sendo queimado em incineradores, entretanto, o custo é alto, e os gases liberados podem ser nocivos a saúde. Segundo dados do IBGE, o lixo produzido nas cidades brasileiras recebe a seguinte destinação final: 76% em lixões; 13% em aterros controlados; 10% em aterros sanitários e apenas 1% passa por algum tipo de tratamento: reciclagem, compostagem e incineração.
Em geral, 90% do que é descartado pode ser reciclado, reaproveitado, transformado em outro produto. Dessa forma, se pode contribuir para reduzir o desperdício e o impacto ambiental. Em muitas cidades, empresas, e até no setor público, já existe a coleta seletiva de lixo. Assim, é recolhido aquilo que pode ser reutilizado. Tudo é muito fácil e pode ser feito por qualquer pessoa, em casa, no trabalho. O primeiro passo na hora de jogar o lixo, é separar o que pode ser reciclado, do restante. Para isso, é necessário ter em casa duas lixeiras diferentes. Em uma deve-se depositar o lixo orgânico, que é tudo aquilo que tem origem na vida. Como restos de comida, legumes, casca de frutas, casca de ovos, saquinhos de chá, etc. Em outra lixeira, deve ser colocado o chamado lixo seco. Embalagens plásticas, papel, caixas, etc.
Para separar o lixo, é preciso saber quais são os materiais recicláveis. Os principais são: papel; papelão; vidro; embalagens de leite longa vida e de sucos; borra de café; garrafas pet; latas de alumínio; papel laminado; óleo; tecidos; parafusos; pneus. Entre as vantagens da reciclagem de lixo está a redução do desperdício e dos danos a natureza. Com a reciclagem, por exemplo, é possível cortar menos arvores para a produção de papel. Além disso, a reciclagem traz melhorias sociais. Hoje muitas cooperativas de catadores de lixo já sobrevivem da reciclagem, ganham dinheiro separando o lixo, e ao mesmo tempo ajudam na conservação do meio ambiente.
Um dos compromissos firmados na Conferência Mundial do Meio Ambiente (ECO 92), propõe que o lixo seja tratado tendo em vista três “Rs” seguindo esta hierarquia:
1º – Reduzir a produção;
2º – Reutilizar;
3º – Reciclar.
O que o Brasil recicla?
1,5% dos resíduos orgânicos domésticos gerados são reciclados por meio da compostagem;
22% do óleo lubrificante;
40% da resina plástica PET (polietileno tereftalato);
45% das embalagens de vidro;
77,3% do volume total de papelão ondulado;
89% das latas de alumínio;
35% do papel.
Curiosidades
Por ano, consumimos, em média, duas árvores gastas com papel, 90 latas de bebida, 45 quilos de plástico, 107 garrafas ou frascos de vidros e 70 mil litros em água.
Você sabia que uma garrafa de plástico leva mais de quatrocentos anos para se decompor? Uma fralda pode levar mais de 600 anos na natureza e o vidro quatro mil anos?
Para fazer uma tonelada de papel, são derrubados 20 eucaliptos, que levam, em média, sete anos para crescer; Pense na quantidade de papel que você já jogou fora até hoje e imagine quantas árvores você poderia ter ajudado a preservar.
Cada 50 quilos de papel usado transformado em papel novo evita que uma árvore seja cortada.
Com um quilo de vidro quebrado faz-se exatamente um quilo de vidro novo. E a grande vantagem do vidro é que ele pode ser reciclado infinitas vezes.
A coleta seletiva de lixo e a reciclagem de resíduos permitem a redução do volume de lixo, por isso, diminui os problemas nos aterros sanitários.
Cada 50 quilos de alumínio usado e reciclado evita que sejam extraídos do solo cerca de 5.000 quilos de minério, a bauxita. Quantas latinhas de refrigerante você já jogou fora até hoje?
Dicas
O óleo de cozinha é um dos alimentos mais nocivos ao meio ambiente. Jogado no ralo da pia, ele termina contaminando rios e mares.
Como reciclar: colocar o óleo em garrafas PET bem vedadas e entregá-las a uma das várias organizações especializadas nesse tipo de reciclagem. O óleo reciclado pode virar biodiesel.
Não misturar alimentos no lixo reciclado, um copo sujo de cafezinho pode inutilizar quilos de papel limpo – e reciclável.
Separe as lâmpadas fluorescentes num lixo à parte. Misturados aos outros restos, os cacos costumam ferir os catadores. Já as lâmpadas incandescentes não são recicladas, mas não causam impacto negativo no meio ambiente e, por isso, podem ser depositadas no lixo comum.
Toda embalagem reciclável, antes de ser jogada no lixo seletivo, deve ser lavada para não atrair insetos, nem ficar com cheiro forte, enquanto estiver armazenada no prédio.
Para tirar o grosso da sujeira das embalagens que serão destinadas à coleta seletiva, aproveite a água servida da pia da cozinha. Isso também faz parte do comportamento ecológico, porque a água é um recurso cada vez mais escasso.
A compra de lixeiras especiais é dispensável, pelo menos no momento inicial do projeto. Evite gastos!
Qualquer cantinho disponível, na garagem ou espaços livres debaixo das escadas, é suficiente para armazenar o material reciclável do prédio.
Os restos de alimento também podem ser reciclados. Com poucos recursos é possível transformá-los em adubo.
Não jogue as baterias de celular no lixo comum. As empresas fabricantes já estão se responsabilizando pelo recolhimento.
Não separe o lixo sem ter planejado primeiro para onde mandar.
Imprima no modo “rascunho” ou “econômico” quando não for necessária grande qualidade na impressão.
Economize papel. Imprima somente o necessário. A produção de papel implica a destruição de recursos naturais, o aumento dos resíduos e da poluição.
Imprima dos dois lados da folha. A maioria das impressoras disponibilizamesta opção.
Prefira papéis reciclados. Cada tonelada de papel reciclado evita o corte de 15 a 20 árvores, poupa 400 m³ de água e 500 kWh de eletricidade.
Reaproveite papéis de fotocópias como rascunho, utilizando o verso para escrita.
Reaproveite os envelopes usados.
Evite descartáveis. Utilize copos e xícaras de vidro.
Disponibilize arquivos virtualmente, sempre que possível. Economize CDs e DVDs. Sem dúvida são mídias eficientes e baratas, mas um CD leva cerca de 450 anos para se decompor e ao ser incinerado, ele volta como chuva ácida (como a maioria dos plásticos). Utilize mídias regraváveis, como CD-RWs, drives USB ou mesmo e-mail ou FTP para carregar ou partilhar seus arquivos.
Fonte: Programa SenadoVerde. Manual de boas práticas ambientais / pesquisa e redação: George R. Cardim e outros. – Brasília: Senado Federal, 2008.
A Reciclagem no Brasil é um post do: Blog Segurança do Trabalho